Era uma vez, um grilo que decidiu instalar a sua casa junto a uma flor.
Com o passar do tempo, a flor começou a murchar e a transformar-se numa abóbora muito grande e linda.
Os insectos que viviam junto dela sentiam-se muito felizes.
Mas, a abóbora começou a crescer… a crescer…
Os animais começaram a sentir-se tristes porque ela tapava-lhes o sol.
O senhor Barnabé Pé de Jacaré e a senhora Feliciana Lauriana estavam sempre a discutir sobre o destino da abóbora. Ia para o telhado ou ia para a panela.
O grilo foi quem mais se intrigou, pois quanto mais a abóbora crescia mais dificuldades o grilo tinha para entrar em sua casa.
Mas, a abóbora não fazia outra coisa se não dormir e crescer.
Certo dia, os ralos, a pedido dos outros insectos, cortaram as raízes da abóbora, para ela se despegar do solo e ir ribanceira abaixo.
Num dia em que houve uma forte tempestade, a água da cheia levou a abóbora para a um rio que ali passava.
A abóbora, à deriva, foi dar ao pego de um moinho de água.
Foi retirada pelos moleiros da água e logo encaminhada para a panela.
Para o senhor Barnabé Pé de Jacaré e para a senhora Feliciana Lauriana a história acabou mal, nem foi abóbora para o telhado nem abóbora para a panela.
O grilo estava feliz e contava esta história a todos que a queriam ouvir.
Tomás Valente
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